DIOR PARA A ALTA COSTURA VERÃO 2025
- Pietra Lafemina
- 30 de jan.
- 2 min de leitura
A Dior apresentou sua coleção de alta-costura para o verão 2025 em um cenário onírico nos jardins do Museu Rodin, em Paris. Maria Grazia Chiuri revisitou clássicos da Maison, entrelaçando o lúdico de "Alice no País das Maravilhas" com elementos surrealistas, criando um universo de moda que transita entre o conto de fadas e a rebeldia punk.

A cenografia do desfile foi marcada pelas ilustrações da artista indiana Rithika Merchant, que trouxeram uma atmosfera de encantamento e magia naturalista. Em meio a painéis que retratavam plantas e criaturas fantásticas, Chiuri apresentou uma coleção que equilibra a delicadeza dos tecidos e bordados com construções estruturadas e volumétricas, remetendo às silhuetas históricas da Dior.
Entre os destaques da coleção estão os minivestidos de cintura marcada, crinolinas expostas, rendas etéreas e saias balonê, evocando a feminilidade romântica da moda do passado. Bordados intrincados de flores, borboletas e galhos remetem ao imaginário surrealista da artista Dorothea Tanning, cuja pintura "Eine Kleine Nachtmusik" serviu de referência para a estilista. Elementos como tules esvoaçantes e fitas soltas criaram uma sensação de leveza, quase como se os looks estivessem se desfazendo no ar.
No entanto, a coleção também trouxe um contraponto estruturado, inspirado nos arquivos da Dior. A silhueta "Cigale", criada pelo próprio Christian Dior nos anos 1950, apareceu reinterpretada com maior rigidez, criando volumes esculturais nas saias. Já a icônica linha "Trapèze", assinada por Yves Saint Laurent em 1958, ressurge em capas geométricas e alfaiataria precisa. Essa dualidade entre o etéreo e o estruturado consolidou a coleção como um dos momentos mais interessantes da era Chiuri na maison.
Nos detalhes, o toque punk sutil ficou evidente nos cabelos moicanos decorados com miniflores pretas e na escolha por sapatos sem salto, quebrando a aura de princesa e trazendo uma pegada mais contemporânea. A beleza das modelos, com cabelos propositalmente desarrumados e maquiagem minimalista, reforçou o contraste entre o sonho e a rebeldia.

Diante dos rumores sobre uma possível saída de Chiuri e a chegada de Jonathan Anderson, a coleção pode ser interpretada como um apanhado de suas principais assinaturas na Dior: o resgate de silhuetas históricas, a valorização do bordado artesanal e uma abordagem feminista da alta-costura. Se for de fato sua despedida, a diretora criativa deixa um legado marcado por sua visão de empoderamento através da moda.
Com uma fusão entre sonho e realidade, tradição e inovação, a alta-costura de verão 2025 da Dior reafirma o compromisso da maison com a elegância e a fantasia, mantendo-se fiel ao seu DNA ao mesmo tempo em que dialoga com os novos tempos.
Comentários