VALENTINO PARA A SEMANA DE MODA DE PARIS INVERNO 2025
- Pietra Lafemina
- 12 de mar.
- 2 min de leitura
A Valentino apresentou sua coleção de outono-inverno 2025/26 na Semana de Moda de Paris de forma provocativa e teatral. Sob o comando de Alessandro Michele, a marca transformou a passarela em um cenário inusitado: um banheiro público, onde modelos entravam e saíam das cabines sem uma ordem definida. A trilha sonora reforçava a atmosfera caótica com música eletrônica e sons de descarga, enquanto luzes piscantes acompanhavam o ritmo frenético do desfile.

Mais do que um simples show, Michele propôs uma reflexão sobre identidade e autenticidade. A coleção intitulada O Metateatro das Intimidades questiona os limites entre o que é privado e o que é exposto, entre a aparência e a essência. Para traduzir essa dualidade na moda, o estilista brincou com transparências, sobreposições e contrastes entre brilho e opacidade. O corpo ora se revela, ora se esconde, evocando a ideia de máscaras sociais e das múltiplas camadas que compõem o ser humano.
A coleção também reforça a liberdade de gênero, uma assinatura do estilista. Bodies usados com a parte inferior aberta, lingeries acetinadas e meias-calças aparecem em looks que desafiam convenções. As peças em tons de pele simulam nudez, enquanto faixas e toucas que cobrem a cabeça remetem a uma estética fetichista e misteriosa. O equilíbrio entre o sensual e o subversivo se mantém presente em cada detalhe.
Entre as mensagens visuais, um detalhe chama atenção: camisetas estampadas com os nomes de Apolo e Dionísio, deuses da mitologia grega que simbolizam razão e caos, respectivamente. A referência reforça a ideia central da coleção: tudo é performance. Michele acredita que a intimidade não é mais autêntica do que a aparência, mas sim parte do grande teatro da existência. Como diria Paul Valéry, poeta citado pelo estilista, “a coisa mais profunda no homem é a sua pele”.
Na Valentino de Michele, a moda não é apenas roupa – é narrativa, provocação e espetáculo. HOT OR NOT?
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