VERSACE NOS ANOS 90: O GLAMOUR, AS SUPERMODELOS E O LEGADO DE GIANNI VERSACE
- Pietra Lafemina
- 3 de abr.
- 2 min de leitura
Com a saída de Donatella Versace do comando criativo da marca que ela ajudou a consolidar no século XXI, surge uma necessidade inevitável: revisitar o legado da casa Versace. O nome que por décadas simbolizou luxo, ousadia e uma identidade estética inconfundível passa agora por uma nova fase, e para entender o impacto dessa mudança, precisamos voltar ao início – a criação de um império construído pelo visionário Gianni Versace.

Fundada em 1978, a Versace nasceu do olhar criativo e vanguardista de Gianni Versace. Nascido em 1946, na cidade de Reggio Calabria, Itália, Gianni cresceu em meio aos tecidos e criações da ateliê de sua mãe, onde desenvolveu sua paixão pela moda. Desde cedo, seu talento para a alfaiataria e sua ousadia para experimentar silhuetas, estampas e materiais o destacaram no cenário fashion.
A estreia de sua primeira coleção em Milão marcou o início de um fenômeno. Gianni desenhava roupas e a partir disso ele criava um universo. Suas peças eram um reflexo da cultura pop, da arte e da arquitetura, misturando influências barrocas, estampas vibrantes e cortes precisos que desafiavam as convenções. Sua assinatura visual tornou-se inconfundível: vestidos de seda drapeados, couro, aplicações metálicas e, claro, o icônico logo da Medusa – um símbolo de poder e sedução que se tornaria a identidade da marca.
Nos anos 80 e 90, a Versace se consolidou como uma das casas de moda mais influentes do mundo. Gianni foi um dos primeiros designers a transformar os desfiles de moda em espetáculos e a elevar modelos ao status de superstars. Naomi Campbell, Cindy Crawford, Claudia Schiffer e Linda Evangelista eram musas e ícones de sua estética exuberante. Celebridades como Madonna, Elton John e a princesa Diana foram algumas das inúmeras personalidades que se renderam à sua visão única de glamour.

Porém, em 1997, o mundo da moda foi abalado pelo trágico assassinato de Gianni Versace em frente à sua mansão em Miami. O futuro da casa parecia incerto, mas Donatella, sua irmã e fiel colaboradora, assumiu a direção criativa e manteve vivo o espírito audacioso da marca. Sob sua liderança, a Versace modernizou-se, sem perder sua essência extravagante. Ela trouxe novas leituras para o maximalismo de Gianni, adaptando a estética da marca para as novas gerações.
Agora, com Donatella deixando o comando, a Versace enfrenta um novo capítulo em sua trajetória. O desafio será equilibrar o DNA vibrante e transgressor da marca com as exigências do mercado atual.

A pergunta que fica é: quem assumirá essa responsabilidade e como a herança de Gianni continuará sendo reinterpretada?
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