CHANEL PARA A SEMANA DE MODA DE PARIS INVERNO 2025
- Pietra Lafemina
- 13 de mar.
- 2 min de leitura
Na manhã de terça-feira (11.03), a Chanel transformou o Grand Palais em um cenário de sonho para apresentar sua coleção de inverno 2025 na Semana de Moda de Paris.

O primeiro look a cruzar a passarela deixou claro o tom do desfile: um vestido curto de tweed, com corte de blazer e uma camada de tule por cima. A transparência se repetiu ao longo da coleção, suavizando a estrutura sólida dos tailleurs e adicionando um toque romântico a vestidos de mangas bufantes e microshorts delicadamente equilibrados com tecidos leves. A tradição da Chanel estava ali, mas com um frescor renovado.
Em uma temporada ainda sob o comando da equipe interna da Maison – enquanto aguardamos a estreia oficial de Matthieu Blazy como diretor criativo em setembro –, os códigos clássicos da grife foram revisitados com exuberância. Babados volumosos, golas ricamente adornadas, laços bordados e pérolas em proporções exageradas trouxeram um glamour nostálgico, sem deixar de lado um toque lúdico.
A fita, elemento icônico no universo de Gabrielle Chanel, assumiu diferentes formas ao longo da coleção. Apareceu tanto em detalhes sutis – como no acabamento de golas e punhos – quanto em grandes destaques, como um vestido de um ombro só coberto por laços esvoaçantes. Em um momento mais experimental, a fita se transformou em estampa gráfica em preto e branco e até em textura franjada, fechando o desfile com um toque inusitado.
Apesar da forte presença dos elementos tradicionais da Chanel, a coleção também trouxe peças com apelo urbano. O blusão oversized, o casaco bomber reinterpretado como vestido e a inclusão inusitada de tênis na passarela demonstram uma preocupação em dialogar com a mulher contemporânea. Nos acessórios, o jogo de proporções roubou a cena: bolsas mínimas contrastando com modelos máxi e colares de pérolas em tamanhos exagerados reforçaram o toque dramático da coleção.
Seguindo um dos movimentos mais fortes da temporada, a Chanel mergulhou nos anos 1980, trazendo de volta o veludo cotelê, estampas vibrantes e o brilho do vinil. Clássicos revisitados que funcionam como um aquecimento para a nova era da marca, que se inicia com Matthieu Blazy nos próximos meses. Mas a pergunta que fica é: teriam os primeiros toques do novo diretor criativo já se infiltrado nessa coleção?
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